Capítulo II

Material retirado da apostila produzida pela TV OVO em suas Oficinas de Vídeo no ano de 2006.

O Equipamento principal


1. CÂMERAS
As câmeras são aparelhos eletrônicos que têm por função captar as imagens a serem transmitidas ou gravadas. As Câmera captam imagens1 transformando-as em impulsos eletrônicos.

1.1. TIPOS QUANTO À CAPTAÇÃO
Quanto ao tipo de captação das imagens, as câmeras classificam-se em dois grupos:

1.1.1. Monocromática: reconhece e registra apenas o sinal de luminância2, ou seja a imagem em preto e branco;

1.1.2. Policromática: reconhece e registra a luminância e a crominância3 (ou croma), ou seja capta a imagem colorida.

1.2. PARTES DA CÂMERA
Uma câmera se divide em três partes distintas:

1.2.1. Mecânica Externa: nesta parte da câmera estão incluídos todos os seus dispositivos a serem tocados pelo seu operador;

1.2.2. Ótica: está é a parte de captação das imagens, é composta por objetivas, lentes e um sistema de prismas.

1.2.3. Eletrônica: é a parte de processamento dos dados (imagens e sons) captados, composto por resistências, condensadores, transistores, circuitos integrados, diodos, bobinas, chips, etc.


1 Diferentes intensidades luminosas.

2 Luminância ou sinal Y é correspondente à intensidade (ou brilho) da imagem.
3 Cromância ou sinal C contém as informações relacionadas com a cor: matiz e saturação. Matiz é a
própria cor e saturação é a intensidade da cor.


1.3. CÂMERA DE ESTÚDIO OU DE TELEVISÃO
As câmeras de estúdio, na grande maioria, se acham atualmente bem padronizadas. Algumas vezes, para determinados fins, se dispõem de câmeras leves e semiportáteis, principalmente nos programas de externas. A câmera de estúdio normalmente é ainda um equipamento muito pesado e requer espaço, tanto pelo tamanho, quanto pela sua movimentação. Estas câmeras não possuem gravadores e são ligadas por cabos a uma mesa de operação. Geralmente em programas detelevisão, há um sistema com diversas câmeras ligadas à mesa de operação, onde uma equipe vai escolhendo quais as imagens que vão ser utilizadas, tanto para transmissão direta ou para gravação.
1.4. CAMCORDER
Camcorder é uma abreviatura da palavra em inglês camera-recorder, que em português significa "câmera-gravador". Popularmente pode ser chamada de filmadora4, câmera de vídeo, câmara ou câmera.
4 Há autores que não aceitam a termo filmadora para a câmera de vídeo, pois filmadora é a câmera que
usa película (filme) e não a fita magnética acondicionada em cassete.


A Camcorder é dividida em duas partes:
1.4.1. Vídeo Câmera:
Que é composta por:
- Objetiva, que é um conjunto de lentes que conduz a luz captada para o interior da câmera e a concentra no CCD;
- CCD, é o elemento fotosensível5 que decompõe o sinal luminoso em sinal eletrônico;
- Amplificador de Vídeo, que amplifica e corrige o sinal eletrônico fornecido pelo CCD, transformando em sinal de Vídeo;
- Há também um sinal de áudio, captado por um microfone ou entrada de linha, que é amplificado, corrigido e enviado para o vídeo gravador.

1.4.2. Vídeo Gravador:

Por processo magnético, grava na fita o sinal de vídeo
e áudio. Existem funções idêndicas ao de um videocassete de mesa e outras particulares à uma Camcorder.
Seletor de Vídeo Câmera e Vídeo gravador da camcorder AG 456 da Panasonic

1.4.3. Velocidade de gravação:
As velocidades mais comuns, para modelos VHS são:
SP (Standard Play): é a velocidade normal, o tempo de duração da fita é igual ao especificado na fita (Ex. T120 = 120 minutos);
5 Sensível a luz.

LP (Long Play): é considerada uma velocidade média, e o tempo de duração da
fita é multiplicado por 2 (dois);
SLP (Super Long Play) ou EP (Extended Play): nesta velocidade o tempo de druração da fita acaba sendo multiplicado por 3 (três).
Pode-se gravar mais cenas numa fita utilizando-se as velocidades LP e EP, mas estas velocidades de gravação não oferecem a mesma qualidade de imagem.


2. FORMATOS


Formato é a forma física do cassete. A palavra cassete6 é de origem francesa e
significa caixa. Desta forma, toda fita de videocassete é aquela que está armazenada em caixa protetora, de material plástico resistente, e que pode ser facilmente inserida no VCR (Video Cassete Recorder). Já as fitas de videotape são fitas de rolo colocadas diretamente no VTR (Video Tape Recorder).
Os formatos de videocassete profissionais mais utilizados na atualidade são o Betacam, Betacam SP, DVCAM, DVCPRO e DV MASTER. Já os formatos para uso doméstico são: o VHS, o VHS-c, Super VHS, o Vídeo 8, o Hi8 e Mini DV.
É muito importante que a sua camcorder e o seu VCR aceitem fitas do mesmo formato ou possam ser adaptados para aceitá-las.


3. PADRÕES E SISTEMAS DE TV
O Sinal elétrico de TV em cores contém as informações de brilho, matiz e saturação.
A informação de brilho é o sinal de luminância (sinal Y) e o matiz e a saturação correspondem ao sinal de croma (sinal C).
Na TV P&B (preto e branco) não existe o sinal C, ou seja, ela só utiliza o sinal de luminância. Cores diferentes produzem graus de luminância diferentes. Sendo assim, na TV P&B, o sinal Y corresponde a diferentes tonalidades de cinza.

6 Caixa (geralmente de plástico) que acondiciona a fita magnética.


3.1. PADRÕES DE TV
Antes da TV em cores existiam diferentes padrões de TV P&B, classificados em
letras (A, B, C, D, E, F, G, H, I, K, K1, L, M, N).
As diferenças técnicas entre padrões devem-se a diversos parâmetros, tais como:
largura da faixa de vídeo, forma de modulação da imagem e do som, períodos de
apagamento (horizontal, vertical) e período dos pulsos equalizadores.

3.2. SISTEMAS DE TV
Com o surgimento da TV colorida aparecem três diferentes sistemas de cores.
3.2.1. NTSC (National Television System Committee): Criado nos Estados, apresenta problemas de instabilidade na reprodução do matiz;
3.2.2. SECAM (Sequentielle à Mérmoire): Desenvolvido posteriormente na França, resolveu o problema na reprodução das cores, porém apresenta maior tendência a interferências;
3.2.3. PAL (Phase Alternation Line): Sistema alemão, é o melhor, pois não apresenta problemas na reprodução das cores, nem interferências na transmissão do sinal.
Os sistemas em cores são incompatíveis entre si. No Brasil foi incorporado, ao padrão M da TV preto e branco, o sistema Pal a cores. Isso resultou no sistema Pal-M, na época em que foi criado era de utilização exclusiva do Brasil. Este sistema Pal-M é incompatível com o sistema Pal utilizado em diversos países do mundo.

3.3. TRANSCODIFICAÇÃO
Transcodificação é a transformação do sinal de vídeo, originalmente em sistema de cores, para outro sistema, tornando compatível, desta forma, a reprodução e a gravação das informações audiovisuais entre equipamentos de sistemas diferentes.
A transcodificação do Pal-M para o NTSC, ou vice-vesa, é simples, pois o sinal de vídeo é compatível entre si. No caso de transcodificação entre outros sistemas, o processo é mais complicado, pois é preciso ajustar outros parâmetros do sinal de vídeo.
4. FUNÇÕES DA CAMCORDER
Existem inúmeros modelos de Camcorder, nos mais diversos formatos. Em cada uma delas encontramos diversas funções, algumas comuns a maioria dos modelos, outras funções podem ser específicas a determinados modelos ou marcas. A baixo descreveremos as principais funções de encontradas em uma Camcorder.

4.1. OBJETIVA

A Objetiva padrão da câmera tem um mecanismo de zoom que permite a gravação de uma imagem em um enquadramento aproximado (close-up) ou afastado (grande-angular), sem mudarmos de posição. Em alguns modelos de câmeras pode-se substituir a objetiva padrão.

4.2. MICROFONE

O microfone da própria câmera permite gravação adequada de som para a maioria dos fins. É multidirecional - isto é, pode captar som de qualquer direção, não só de onde está apontado. Algumas câmeras têm um sistema de controle de captação de áudio, pelo qual se pode aumentar ou diminuir a sensibilidade da gravação.

4.3. SELETOR DE CÂMERA OU VCR

Com ele fazemos a escolha do uso das funções de câmera ou funções de videocassete. Na seleção de câmera pode-se optar pelo modo normal, que possibilita fazer os ajustes manuais ou automáticos, e pelo modo auto, onde todos os ajustes de câmera serão automáticos.

4.4. SELETOR DE FOCO (FOCUS)

Este permite fazer seleção de foco auto ou manual. Em modo auto a câmera faz as leituras de distância automaticamente e regula o foco de uma maneira a deixar a imagem sempre nítida, cada vez que muda-se a distância da cena enquadrada a máquina faz nova leitura. Já em modo manual o operador deverá fazer a regulagem do foco, o que pode ser útil em caso de querer deixar um plano de cena mais nítido (focado) do que outro menos importante (desfocado).

4.5. BALANÇO DE BRANCO (WHITE BALANCE ou WB)

Balanço de Branco ou balanço Cromático é o seletor que permite fazer o ajuste correto das cores nos diferentes tipos de luz utilizados. Pode-se optar por balanceamento automático, onde o sensor de WB faz a leitura do tipo de luz no ambiente e corrige o tom das cores; ou balanceamento manual onde o operador deverá informar para a câmera que superfície no ambiente é branca, desta forma a câmera medirá a luz refletida na superfície e corrigirá as tonalidades das cores. Esta é uma função que se deve ter muito cuidado, pois é comum a utilização de diferentes tipos de iluminação num mesmo ambiente, o que pode acarretar uma imagem gravada com corres distorcidas (diferente da original).

4.6. FADE

É a função que permite iniciar uma tomada com tela escura e fazer a imagem aparecer suavemente, ou vice-versa. Chamamos de fade-in quando iniciamos com fade e passamos para a imagem e fade-out quanto passamos da imagem para o fade.

4.7. ÍRIS OU DIAFRAGMA

O Diafragma é comparado a pupila do olho humano. Serve para controlar a quantidade de luz que entra na câmera e atinge o CCD7. Na posição auto, sensores internos só permitem a entrada de luz suficiente para uma boa leitura do assunto principal. Ao sair do moto auto, poderemos abri-la ou fechá-la, deixando entrar mais ou menos luz, conforme o efeito que se quer dar à gravação.

4.8. SELETOR DE VELOCIDADE DO OBTURADOR (SHUTTER)

É a função que controla o tempo durante o qual a luz pode entrar na câmera.
Essa função serve para que na gravação de objetos em movimento rápido não haja borrão na imagem, permitido assim que na reprodução em câmera lenta ou em modo 7 CCD pause, os contornos dos objetos fiquem mais definidos. São apresentados no visor números como: 1/1000, 1/500, 1/250... que querem dizer de quanto em quanto tempo (fração de segundo) está sendo registrada no CCD a luz captada através da objetiva.
4.9. ZOOM
Controle power zoom consiste de um interrruptor marcado com um W (grandeângular) 8 e T (teleobjetiva)9 em cada ponta. A maioria das câmeras possui um controle de velocidade de zoom fixo, apesar de alguns modelos permitirem aumentar a velocidade de zoom com o aumento da pressão sobre o interruptor.

4.10. COMPARTIMENTO DA FITA

É o local no qual inserimos a fita para ser reproduzida ou gravada. O compartimento é aberto pelo botão de ejeção existente no painel de controle.
4.11. REC
É o botão da câmera que permite começar ou interromper a gravação.

Visor da Camcorder AG 456 da Panasonic
8 Lente cujo ângulo de visão abrange larga fiaxa de interesse, distorcendo a perspectiva da imagem
captada.
9 Lente com capacidade de captar imagens a grande distância.


5. PROCEDIMENTOS DE GRAVAÇÃO

Para a realização de uma gravação, o operador de câmera de vídeo deve Ter alguns cuidados básicos, ou seja deve ficar sempre a tento para os seguintes procedimentos de gravação:

5.1. ALIMENTAÇÃO DA CÂMERA
A primeira coisa que devemos conferir, ou fazer, quando se pega na mão uma câmera de vídeo é ver que tipo de fonte de energia ela utiliza. A Camcorder funciona com baterias recarregáveis. Cada modelo ou marca de câmera possui seu próprio modelo de bateria, isto é: não devemos utilizar bateria diferente da recomendada pelo fabricante do equipamento. As baterias devem ser guardadas em local fresco e só devem ser recarregadas após estarem totalmente descarregadas. O ideal é guardar a bateria sempre com a carga máxima, nunca com meio ou nenhuma carga. Se for ficar um longo período sem usar a bateria é recomendado descarrega-la totalmente e em seguida dar-lhe nova carga.
Outra maneira de alimentar a câmera é com energia elétrica, para isso utilizamos um adaptador e/ou carregador de bateria (AC10). Neste caso, devemos ficar atento na voltagem (110V ou 220V). Existem alguns modelos de AC´s que possuem a voltagem automática. É importante conhecer bem todos os equipamento com o qual se está trabalhando e sempre verificar a voltagem da rede elétrica que pretendemos utilizar. Assim se evita surpresas e garante-se a realização da produção.

5.2. A FITA

O segundo passo para gravarmos, é termos a fita em formato compatível com o formato de nossa Camcorder ou com o vídeo gravador. A fita deve ser inserida em um compartimento específico na posição correta. Se houver alguma dificuldade em colocar a fita não force, pois ela pode estar em posição invertida ou ser de outro formato. No compartimento da fita nunca devemos colocar objetos estranhos, pois se isso ocorrer pode danificar o sistema de gravação e reprodução do vídeo gravador.

O QUE FAZER PARA DAR MAIS
VIDA A SUA FITA DE VÍDEO:
- Guardá-la sempre na embalagem apropriada, em pé e rebobinada;
- Mantê-la em lugares frescos, ventilados e longe de campos magnéticos;
- Evitar abrir a tampa frontal e tocar a fita magnética com a mão ou dedos;
- Evitar poeira, água ou lugares úmidos;
- Não deixar como brinquedo nas mãos de crianças;
- Não deixar em exposição ao sol ou qualquer tipo de calor;
- Não deixar por longo tempo no interior de veículos fechados;
- Evitar vibrações ou choques;
- Limpar os cabeçotes do VCR, quando necessário (mas só quando necessário);

5.3. ESTABILIDADE
A primeira técnica que devemos aprender para gravar, seguramente, é a de manter a câmera estável. As câmeras grandes, tem uma estrutura para ser apoiada no ombro, o que facilita a estabilidade. Já as câmeras menores e compactas não possuem esse tipo de apoio e o operador deve segurá-las com as duas mãos. Nessas câmeras a estabilidade é menor, o que exige mais esforço do seu operador.
Uma imagem captada em uma câmera estável é muito mais agradável ao olho humano, por isso é fundamental que aprendamos técnicas e dicas para deixarmos a câmera mais estável.
Posição 1. Em pé com as duas pernas um pouco afastadas
Posição 2. Em pé e escorado em uma parede
Posição 3. Em pé com a câmera ao lado do corpo próximo a cintura
Posição 4. Sentado em uma cadeira
Posição 5. Com um joelho ao chão e apoiando o cotovelo no outro joelho.
Posição 6. Câmera apoiada no chão ou em algum objeto firme segurando pela alça superior.

Para conseguirmos uma boa estabilidade o ideal é a
utilização de um tripé, que tem como vantagem a não utilização de esforço físico, mas por outro lado nos diminui a mobilidade11. O tripé é excelente para a maioria dos casos, mas as vezes ele se torna muito inconveniente. Neste caso cabe ao operador de câmera buscar maneiras alternativas de fixação da câmera, mas sempre tendo um cuidado com a segurança tanto do equipamento quanto das pessoas envolvidas na produção.

5.4. AJUSTE DO BALANÇO DE CORES (BALANÇO DE BRANCO)

Essa é a função da câmera que o operador deve ter o maior cuidado, isso porque existem diferentes tipos de luz, ou melhor, diferentes cores de luz. Os raios luminosos são compostos basicamente por três cores: o azul, o verde e o vermelho. Estas três cores juntas e combinadas nos permitem ver todos os demais matizes (tons de cor), ou seja, vermos os objetos e as pessoas com suas cores naturais. A presença equilibrada do azul, do verde e do vermelho (todas as cores) produz a luz branca. A ausência dessas cores produz a escuridão (preto). Assim, se um delas é mais intensa que as outras, a cor da luz tenderá para essa cor.

Ex.:
O Sol produz luz com predominância
de tons amarelos e vermelhos;
Dia nublado produz luz com predominância de tons azuis;
Lâmpada Fluorescente produz tons de verdes;
Lâmpada incandescente produz tons alaranjados.

O olho humano possui a propriedade de compensar as cores da luz. Assim,
quando vemos algo com diferentes iluminações, com raras exceções, não percebemos as mudanças de tonalidades de suas cores. Mas a câmera não possui essa compensação, então é necessário que o seu operador a regule, para que a imagem a ser gravada seja corretamente registrada. Sempre devemos preferir regular a câmera manualmente, pois assim o balanço de cores pode ser mais correto. Na posição automática pode a imagem sofrer mudanças de cor, mas em algumas situações ela é útil, por exemplo quando estamos trabalhando em um local que possui diferentes fontes luminosas.
5.5. AJUSTE DA VELOCIDADE DO OBTURADOR E DIAFRAGMA
Estas duas funções nos permitem trabalhar com mais ou menos profundidade de campo. A profundidade de campo é a distância que a lente da câmera nos permite trabalhar com foco. O diafragma é um mecanismo que controla a quantidade de luz que entra na câmera através da objetiva. Se ele estiver mais fechado, entra menos luz, e a imagem ganha em profundidade de campo, por outro lado se estiver mais aberto, entra mais luz, e a imagem perde profundidade de campo.
Sempre que uma delas for alterada a outra deverá também mudar. A velocidade do obturador e a abertura do diafragma devem sempre estar corretamente regulados. Se isso não ocorrer, poderemos gravar uma imagem com muita ou pouca luz, o que nos proporcionará uma imagem não muito bem definida, ou seja, perdem-se detalhes.
Então, se estivermos com uma exposição correta e aumentarmos a abertura do diafragma em um ponto, deveremos automaticamente também aumentar a velocidade do obturador e vice-versa.

5.6. FOCO

Para que uma imagem seja agradável a quem a vê é fundamental que esteja totalmente em foco, ou pelo menos parte dela. Sendo assim é importante que o operador de câmera, antes de apertar o botão de gravação, verifique se a imagem enquadrada se encontra em foco, se não estiver ele deve fazer a focagem.
A melhor maneira de fazermos uma focagem correta é em modo manual, pois assim podemos definir o que nos interessa deixar em foco na imagem, se o primeiro ou segundo plano.
O segredo da focagem é fazer um zoom de aproximação e achar o foco, para depois fazer o enquadramento definitivo.

5.7. ENQUADRAMENTO

Podemos dizer que para fazer um bom vídeo, ou uma boa fotografia, deve-se ter muita atenção com o enquadramento, pois enquadramento é nada mais do que a imagem que está sendo vista no quadro da câmera. Portanto, a imagem enquadrada deve ser clara, deve dizer o que é, deve conter tudo o que seja necessário para o entendimento.
Da mesma forma, deve dispensar o que não é necessário para o entendimento.
Ao gravar uma pessoa deve-se ter o cuidado de não gravá-la ao pedaços, ou seja, gravar um lado só e o restante da tela ficar sem nenhuma informação. Ou gravarmos a pessoa toda, muito pequena e o restante da tela com muito chão, ou muito céu.
No enquadramento é fundamental que haja um equilíbrio entre os planos, entre a pessoa (ou objeto) e o cenário que ela se encontra.

5.8. GRAVAÇÃO

Gravar não é apenas a ato de apertar o botão rec. Gravar é saber pensar o que se quer com a imagem que está sendo registrada na fita. Toda imagem a ser gravada deve ter um objetivo.
Quando gravamos um casamento, por exemplo, temos o desejo de eternizar aquele momento, registrá-lo para não esquecê-lo, ou mostrar o fato acontecido a quem não pôde estar presente. E o mais importante: o compromisso assumido entre duas pessoas que é um momento impar e belo para os noivos. O vídeo de um casamento tem que refletir estas expectativas. Assim, suas imagens tem que mostrar o compromisso e a beleza do momento.
Por isso, é bom sempre lembrar que não se deve gravar só por gravar, deve-se saber por que gravar.
Outra coisa importante é saber como gravar, pois se não sabermos como se deve gravar, provavelmente teremos imagens mal gravadas, isto é: fora de foco, com cores distorcidas, mal enquadradas e/ou mal iluminada. A conseqüência disso é que serão imagens não agradáveis, então imagens que ninguém terá interesse de assistir.